Espécies e Habitat |
Abetarda
A Abetarda
Ficha de Identificação da Espécie

Nome comum:
Abetarda
           
Nome científico: Otis tarda

Taxonomia: Ordem Gruiformes, Família Otididae

Fenologia: Residente

Estatuto de ameaça:
Nacional     Em Perigo (Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal)
Global         Vulnerável (IUCN)

Abundância:
Nacional     1.435 indivíduos
Global         31.000 a 37.000 indivíduos

Distribuição: Ampla, mas bastante fragmentada. Vai desde o Norte de África e Península Ibérica, pelo Centro e Sul da Europa, Ásia Menor até à parte mais Oriental da China.



Habitat: Ave típica de áreas abertas. Ocorre em estepe natural, pastagens, e áreas agrícolas extensivas de sequeiro com rotação de culturas - pousios e searas pouco densas.

Características: Ave terrestre de grande porte. Apresenta dimorfismo sexual acentuado, sendo os machos 2 a 4 vezes mais pesados, chegando por vezes aos 16 quilos, e 50% maiores que as fêmeas. O comprimento total está entre 75 e 105 cm, e a envergadura entre 190 e 260 cm. Os machos adultos têm a cabeça e pescoço cinzentos, sendo os dois igualmente largos. Durante a Primavera apresentam “bigodes” e uma gola castanho-escura e avermelhada no pescoço, que desaparece no verão. As penas do dorso têm uma cor ocre-alaranjada, com barras irregulares negras. As fêmeas são bastante mais pequenas que os machos, e têm o pescoço mais fino. A plumagem é semelhante à do macho, mas mais pálida.    Os juvenis são de modo geral muito semelhantes às fêmeas, embora os machos sejam maiores.

Alimentação: Plantas verdes espontâneas, sementes e invertebrados.

Comportamento social: Ocorrem em bandos de dimensões variáveis.

Reprodução: Dá-se entre finais de Março e Junho. No final do Inverno os machos deslocam-se para áreas específicas onde fazem as paradas nupciais – Áreas de Leque. As fêmeas visitam estas áreas seleccionando um macho para acasalar. Depois da cópula as fêmeas deslocam-se para as áreas de nidificação, geralmente searas ou pousios altos, onde põem 2 a 3 ovos no solo. As crias eclodem passados 21 a 28 dias de incubação. São nidífugas, abandonando o ninho pouco tempo após nascerem, e alimentam-se de insectos.

Ameaças: A intensificação da agricultura e o aumento da pressão humana surgem como os principais factores de ameaça. Destes factores resultaram perdas e fragmentação de habitat devido ao desaparecimento dos pousios, ao aumento da densidade de gado, à florestação de zonas agrícolas, ao aumento dos regadios e à proliferação de estradas e linhas eléctricas. Outros factores, como a mecanização agrícola e a utilização de pesticidas contribuem para o aumento da mortalidade de ovos, crias e juvenis.