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Ameaças
Ameaças à conservação

As ameaças à conservação destas aves incluem:

  •  Perda e fragmentação do habitat por:

    • Transformação da agricultura de sequeiro (cereais em rotação com pastagens) em regadio ou culturas permanentes como o olival e a vinha. A transformação para regadio representa, a introdução de culturas agrícolas desadequadas para a alimentação e reprodução das aves, a redução ou desaparecimento dos pousios, a alteração da estrutura da vegetação e a utilização de agro-químicos que reduzem a disponibilidade alimentar. A conversão das culturas agrícolas anuais de sequeiro em culturas permanentes como o olival e a vinha representam a perda do habitat adequado.

    • Florestação das terras agrícolas.

    • Abandono do meio rural, com o aparecimento de matos em substituição das pastagens e das culturas de cereal.

    • Construção de estradas e barragens representam perda directa do habitat nas áreas de implantação mas também constituem factores de fragmentação das populações e de perturbação.

    • Desaparecimento dos locais de nidificação para o Peneireiro-das-torres, devido à recuperação do património edificado ou ao colapso dos edifícios rurais onde existiam colónias. 

  • Fragmentação das populações devido à existência de vedações e de estradas. Nos últimos anos o número de vedações em explorações agrícolas tem aumentado significativamente, funcionando como barreira à circulação das aves, sobretudo na Abetarda mas também no Sisão, e provocando mortalidade por colisão. 

  • Degradação do habitat por sobrepastoreio e uso desadequado de agro-químicos, que reduzem a disponibilidade alimentar. O sobrepastoreio provoca ainda a alteração do coberto vegetal que fica desadequado para a nidificação das aves e o pisoteio do gado pode representar a perda das posturas nos ninhos.

  • Colisão e electrocussão com linhas eléctrica.

  • Perturbação e pilhagem de ninhos (incluindo destruição intencional). A perturbação dos locais de nidificação pode despoletar a separação entre as fêmeas e as crias que ficam mais vulneráveis à predação, no caso da Abetarda e do Sisão, ou representar o abandono das posturas nas três espécies. A pilhagem de ninhos para tentativas de criação em cativeiro ou para colecções ainda ocorrem actualmente. 

  • Alterações climáticas representam uma nova ameaça para estas espécies pois assiste-se a um aumento da frequência de secas extremas ou de fenómenos climáticos mais intensos fora de época (como vagas de calor), que têm consequências ao nível do habitat (por exemplo ao nível da estrutura e coberto da vegetação) e das aves (por exemplo crias ainda muito pequenas e vulneráveis).